Conforme destaca Paulo Twiaschor, a incorporação de práticas ESG (ambiental, social e governança) na engenharia é uma tendência crescente e essencial para o desenvolvimento sustentável do setor. O ESG vai muito além da preocupação ambiental, abrangendo também questões sociais e de governança que impactam diretamente a eficiência e a reputação das empresas. Dessa forma, o setor de engenharia se vê diante do desafio de adaptar seus processos e cultura para atender essas demandas contemporâneas.
As práticas ESG representam uma mudança profunda no modelo tradicional da engenharia, exigindo inovação, transparência e responsabilidade em todas as fases dos projetos. A adoção dessas práticas não só melhora a imagem corporativa, mas também agrega valor real aos negócios, atraindo investidores, reduzindo riscos e promovendo o desenvolvimento sustentável. Por isso, é fundamental entender os pilares do ESG e sua aplicação no contexto da engenharia.
Como a dimensão ambiental influencia a engenharia sustentável?
A dimensão ambiental é o pilar inicial e talvez o mais conhecido dentro das práticas ESG aplicadas à engenharia. De acordo com Paulo Twiaschor, a sustentabilidade ambiental exige que os projetos reduzam impactos negativos no meio ambiente por meio do uso eficiente dos recursos naturais, como água, energia e matérias-primas. Além disso, a engenharia deve priorizar a utilização de tecnologias limpas, que minimizem a emissão de gases de efeito estufa e promovam a reciclagem e o manejo adequado de resíduos.

Outro ponto importante destacado é o planejamento e a execução de obras que respeitem a biodiversidade local e estejam preparadas para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas. A engenharia ambientalmente sustentável está alinhada com políticas globais e nacionais, como os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU, e sua incorporação é vital para a redução do impacto ambiental causado pelas construções urbanas e industriais.
De que forma o aspecto social se integra às práticas ESG na engenharia?
O aspecto social nas práticas ESG diz respeito à responsabilidade da engenharia em relação às pessoas e às comunidades afetadas pelos seus projetos. Isso implica garantir condições de trabalho justas e seguras, promovendo a diversidade e inclusão em todas as etapas do processo construtivo. Além disso, o diálogo transparente com a comunidade e a promoção de ações que beneficiem o entorno das obras são essenciais para construir uma relação de confiança.
Paulo Twiaschor aponta que as empresas de engenharia que adotam um compromisso social sólido tendem a fortalecer sua reputação e criar valor compartilhado, além de evitar conflitos e atrasos causados por disputas sociais. Investir em educação, capacitação e bem-estar dos colaboradores, bem como em iniciativas comunitárias, torna-se, portanto, um diferencial competitivo e uma demonstração concreta de responsabilidade social corporativa.
Quais são os desafios da governança para a implementação do ESG na engenharia?
A governança, terceiro pilar do ESG, envolve a criação de mecanismos eficazes para garantir a ética, transparência e responsabilidade na gestão das empresas de engenharia. Como destaca Paulo Twiaschor, um dos principais desafios está em estruturar processos internos que assegurem o cumprimento das normas e a correta aplicação dos princípios ESG, especialmente em organizações de médio e pequeno porte, onde as práticas de governança ainda são incipientes.
A governança eficaz exige ainda a adoção de sistemas de compliance e controle rigoroso que evitem fraudes, corrupção e má gestão dos recursos. Além disso, é fundamental que as lideranças incorporem a cultura ESG como parte estratégica, promovendo uma atuação integrada entre todas as áreas da empresa. Essa governança responsável não só facilita a atração de investimentos como também assegura a perenidade e sustentabilidade dos negócios.
A incorporação das práticas ESG na engenharia é indispensável para garantir que o setor se mantenha relevante e alinhado às demandas do século XXI. Conforme analisado, o aspecto ambiental, social e de governança precisa ser integrado de forma estratégica e efetiva. Paulo Twiaschor ressalta que o sucesso desta transição depende do comprometimento das empresas em internalizar esses princípios e transformar seus processos, garantindo benefícios a longo prazo.
Portanto, a adoção das práticas ESG representa não apenas um imperativo ético, mas também uma oportunidade para inovação, competitividade e desenvolvimento sustentável no setor de engenharia. As organizações que investirem nessa agenda certamente estarão mais preparadas para os desafios futuros, construindo um legado positivo para a sociedade e o meio ambiente.
Autor: Arkady Ivanov