Reforma tributária e contratos antigos de aluguel preocupam locadores e inquilinos que já têm acordos em vigor e não sabem como a nova lei vai impactar o bolso. Para o especialista Alex Nabuco dos Santos, a transição para o novo modelo de tributação não anula contratos anteriores, mas altera o ambiente econômico em que esses contratos estão inseridos.
Isso significa que, mesmo sem mexer imediatamente nas cláusulas, a carga tributária incidente sobre a locação pode mudar a partir da vigência das novas regras, exigindo atenção redobrada de ambas as partes. Leia mais abaixo e entenda:
Reforma tributária e contratos antigos de aluguel: impactos na tributação e na segurança jurídica
Reforma tributária e contratos antigos de aluguel devem ser analisados sob o prisma da não retroatividade da lei tributária. Em regra, a nova legislação não pode cobrar imposto sobre fatos geradores passados, mas pode incidir sobre fatos geradores futuros, mesmo que decorram de contratos celebrados antes da mudança. De acordo com Alex Nabuco dos Santos, o ponto-chave é entender que cada pagamento de aluguel configura um novo fato gerador.
Esse cenário preserva a segurança jurídica no que diz respeito às condições originalmente pactuadas, mas abre espaço para ajustes econômicos. O locador que tiver aumento relevante da carga tributária pode alegar desequilíbrio econômico-financeiro e propor renegociação, especialmente em contratos de longo prazo. Para o inquilino, isso exige preparo para analisar se a justificativa é consistente e se há espaço para contrapropostas.

Revisão de cláusulas e repasse de custos
Reforma tributária e contratos antigos de aluguel também pedem atenção especial às cláusulas que tratam de tributos, reajustes e encargos. Muitos contratos preveem expressamente a possibilidade de repasse de novos impostos ou de aumento de alíquotas ao inquilino, seja por meio de encargos adicionais. Como elucida Alex Nabuco dos Santos, a existência ou não dessas cláusulas pode fazer grande diferença na forma como o impacto da reforma será dividido entre as partes ao longo do tempo.
Mesmo quando o contrato não traz previsão clara de repasse, a realidade econômica pode levar as partes à mesa de negociação. Em contratos corporativos de alta complexidade, é comum revisar aditivos para adequar prazos, valores e responsabilidades sempre que o ambiente regulatório se altera de forma relevante. No caso de locações residenciais, a dinâmica tende a ser mais sensível, mas ainda assim é possível ajustar termos de forma consensual.
Estratégias para locadores e inquilinos
Reforma tributária e contratos antigos de aluguel exigem, mais do que nunca, planejamento e organização. Assim como indica Alex Nabuco dos Santos, o locador profissional precisa projetar cenários de impacto da nova carga tributária, avaliar a rentabilidade líquida de cada contrato e identificar quais ajustes serão necessários para manter o negócio sustentável. Em alguns casos, será possível absorver parte do custo; em outros, a única saída economicamente viável será discutir um reajuste.
Para o inquilino, a estratégia passa por conhecer a própria capacidade de pagamento, entender o peso do aluguel no orçamento e se antecipar a eventuais pedidos de revisão. Uma postura passiva pode levar a decisões tomadas sob pressão, com pouco espaço para negociação. Inquilinos preparados tendem a negociar melhor quando têm alternativas mapeadas, como imóveis semelhantes na mesma região, possibilidade de downsizing ou até transição para modelos flexíveis de ocupação, no caso de empresas.
Reforma tributária e contratos antigos de aluguel pedem leitura cuidadosa e diálogo
Em síntese, reforma tributária e contratos antigos de aluguel não são um problema insolúvel, mas exigem leitura cuidadosa da lei, dos documentos assinados e do contexto econômico. Como menciona Alex Nabuco dos Santos, os contratos em vigor permanecem válidos, porém a incidência de novos tributos sobre fatos geradores futuros pode alterar de maneira relevante o custo da locação, especialmente para quem atua de forma profissional ou em grande escala.
Autor: Arkady Ivanov
